Comendo números

postado em: Cotidiano 7

Nesta sou obrigado a concordar com o Cristaldo. Entra ano, sai ano e bebidas e alimentos mudam seu status de ‘saudável’ para ‘prejudicial’ da noite pro dia. Até um tempo atrás, ovo era um veneno repleto de colesterol. Depois, descobriram que o colesterol do ovo é bom para a saúde e pronto, todo mundo tem que comer ovo.

Agora a vítima da vez é o vinho. De saudável e benéfico para o coração, tornou-se “altamente cancerígeno”, segundo pesquisa francesa. É preciso ter muita paciência para aturar os resultados estúpidos de pesquisadores imbecis. Resultados esses que amanhã já terão mudado, por sinal. Aliás, outra coisa que me incomoda: Até hoje nunca soube de ninguém que teve problemas de saúde por beber coca-cola, e olha que desde pequeno ouço dizer que isso é um “veneno”.

Que devemos ter alimentação saudável, concordo. Mas como manter essa alimentação baseados nessas pesquisas? Ora um determinado alimento faz bem, ora faz mal. Se formos seguir o que dizem todos os médicos e nutricionistas (que por sinal nunca estão de acordo entre si), é provável que acabemos mais fracos e doentes do que quem se entope de gordura o dia inteiro.

Eu, particularmente, me recuso a comer acompanhado de uma tabelinha nutricional, contando as exatas calorias de cada alimento que coloco no prato: “Puxa, tenho que consumir 0,12 Kcal deste único tomate, então de acordo com a tabela, preciso deixar o palmito de lado”. Ora, isso não é comer, é viver em paranóia com números!

Comer, para mim, é um dos maiores prazeres que vida oferece. Não digo aquele almoço corrido do trabalho, em que se engole qualquer coisa em poucos minutos, mas uma refeição demorada, onde saboreamos o prato que nos apetece com calma, regado a bom vinho e sempre em cumplicidade com alguém que gostamos. Comer é quase um ritual, e não apenas uma forma de saciar a fome e repor as energias.

Que todos esses pesquisadores, médicos e nutricionistas me desculpem, mas cada vez que emitem uma opinião sobre o que se deve ou não comer, minha confiança na ciência despenca vertiginosamente. Se eles – por algum motivo -são contra bebidas alcoólicas, frituras, carnes, massas, molhos, temperos ou refrigerantes, que não os consumam. Mas não venham querer privar o resto da humanidade de tudo isso, sendo que a própria realidade depõe contra essas pesquisas.

Se no fim vamos todos morrer, eu pretendo partir deste mundo feliz e com a certeza de estar gastronomicamente satisfeito.

Seguir Emilio Calil:
Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

7 Responses

  1. Emerson Freire
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    Mandei o link dessa história do vinho para você mas pelo visto você já estava informado, haha. Bom, aqui vou ter que concordar com você mas sem discordar dos tais “cientistas” que publicaram o resultado dessas pesquisas.

    Eu acredito que devemos nos alimentar e sentir prazer comendo. Como você disse é bom nos sentirmos gastronomicamente satisfeitos. Mas a alimentação deve ser levada a sério. É como o sexo, sexo é bom, mas existem critérios a ser seguidos, e justamente a falta de atenção a esses critérios podem levar a desajustes graves.

    Realmete penso que seguir uma dieta dirigida por uma tabelinha não seja o caminho mais indicado, vejo isso como um extremo, assim como existe o extremo contrário. Havendo equilíbrio, ou seja, o comer com moderanção, evitando os excessos, a gula, pode-se viver bem e com saúde.

  2. telma
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    Cientistas estão por aí aos borbotões . Existe uma pesquisa que foi veiculada essa semana , informando aos mais desavisados , que …quando você olha uma mulher de biquine , a sua parte do cérebro que se manifesta, é a mesma que se anima ao ver uma chave de fenda , ou um martelo , ou um mooooooonte de pregos; isto é ; a moça em questão seria comparada a um ferramenta. Isto que é pesquisa . E quanto ao ovo , saiu uma outra , que afirma que se você consumir dois ovos todo dia EMAGRECE ! OOOOOlha que maravilha !! Como estou acima do pêso , vou pensar seriamente no caso . Agora , tentem explicar a pesquisa da moça de biquine para sua esposa , nas areias das praias , talvez a sua justificativa seria , que você se lembrou do armãrio ,que precisa ser consertado … . Boa sorte !

  3. Emerson Freire
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    Bom Telma, concordo que existem cientistas por aí aos “borbotões”, incluse cientistas malucos de fato, como aquele (acho que da China) que disse ter conseguido clonar seres humanos.

    Mas é bom lembrar que os resultados em pesquisa científica não devem ser encarados como solução ou compreensão absoluta do objeto estudado. Dizer que a área que acende, por causa dos impulsos eletricos, no cérebro corresponde a mesma área que se acende quando a pessoa se excita pode não significar nada mesmo, mas é importante saber isso, o acumulo de informações na área de Neurociência é que vai tornar possível chegar a alguma conclusão mais satisfatória no futuro.

  4. Emerson Freire
    | Responder

    E o que é da área neurocientífica não quer dizer que deve ser entendido para fins psicológicos. Relacionar mulheres com objetos está mais para o domínio da psicologia.

  5. telma
    | Responder

    Emerson …eu quiz dar um toque de humor ao texto , talvez você não tenha interpretado dessa forma , mas as pesquisas são caríssimas e envolvem muita verba dos países em questão , portanto têm por obrigação , de pelo menos contribuirem para algo mais substancial para o bem da humanidade . Ah… ria mais , tem uma pesquisa que relaciona o bom humor ao tempo de vida , viva mais .

  6. Emerson Freire
    | Responder

    OK.

  7. selma
    | Responder

    Salvo os comentários acima,só tenho pena das “menininhas ” que se olham no espelho e já se acham gordas.Esse “modismo ” está criando consequências muito perigosas.No meu tempo de adolescente ,não havia essa neura,e olha que eu não era magra.Aliás ,nunca sonhei em ser uma top model.abraços,binho….

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