Entre livros, filmes e games

postado em: Cotidiano 3

Ando desesperadamente atrás de um bom livro para ler. Não consigo ficar muito tempo afastado de livros. Ano passado minha melhor leitura foi Infiel, de Ayan Hisri Ali, que já comentei aqui. Fora isso, li alguns contos de Stephen King para matar o tempo, mas ficção e fantasia já perderam a graça – é como comer doce quando se está com fome: engana, mas não satisfaz.

Em 2009 pretendo aumentar minha quantidade de leitura mensal. Não dá, por exemplo, pra seguir o mesmo ritmo do Cristaldo de oito livros por mês, até porque ele tem mais tempo livre do que eu. Mas pelo menos dois por mês é algo que preciso me impor. Difícil é encontrar algo que preste nas livrarias brasileiras, especialmente entre os best-sellers. Estou esperando a nova publicação de Atlas Shrugged, de Ayn Rand, mas se for lançada no mesmo preço de A Nascente, fica complicado. O mesmo para o Quixote, de Cervantes. Mas não era bem sobre livros que pretendia escrever. Disse que andava procurando um bom livro, mas, enquanto não encontro, tenho me divertido com outras mídias: filmes e videogames. Assim, deixo aqui duas sugestões que me cativaram nos últimos tempos.

Filme: Slumdog Millionaire
Vai estrear no Brasil em 6 de março sob o título de Quem Quer Ser Um Milionário? Dirigido pelo inglês Danny Boyle, o drama narra a história de três crianças  – Jamal, Salim e Latika – que vivem em uma favela da Índia e, de uma hora para outra, se vêem obrigados a lutar pela sobrevivência, crescendo e  trilhando caminhos nada amigáveis. A história nada tem de mais, mas a forma como é contada, com reviravoltas e flashbacks, prende a atenção. E, confesso, eu não esperava aquele final. Recomendo como ‘desintoxicação’ de Hollywood, que dá sinais de completa falta de imaginação. Slumdog Millionaire está sendo bem cotado para o Oscar de melhor filme estrangeiro. É bom, mas não chega a tanto. E o Oscar nunca foi lá referência confiável, também. Tenho lido por aí que o início do filme de Boyle lembra bastante o brasileiro Cidade de Deus. Não vi Cidade de Deus (nem tenho vontade de ver), portando não posso opinar.

Jogo: Prince of Persia
Sou fã da série Prince of Persia desde a época dos computadores 386 com monitores monocromáticos. Um jogo que mescla aventura e raciocínio sempre é bem-vindo. Para mim, a melhor versão do jogo original foi a lançada para Super Nintendo, com gráficos e sons bem elaborados para a época. Depois, a série andou sumida (arriscaram uma versão 3D muito sem graça) e retornou com a ótima trilogia Sands of Time, Warrior Within e Two Thrones. E agora, surgindo para a nova geração de consoles, Prince of Persia retorna ainda mais fantástico. A nova versão do jogo, que não possui nenhum subtítulo, parece uma pintura em movimento. Os controles são bastante fáceis de aprender e a história é cativante. O tal ‘príncipe’ é um andarilho do deserto que acidentalmente junta-se à princesa Elika numa corrida contra o tempo para enfrentar o deus das trevas Ahriman, que foi libertado após milênios preso pelo deus da luz Ormazd. Mas a verdadeira graça do jogo não está nos desafios, nos gráficos, nem na história em si. O melhor do novo Prince of Persia são os diálogos constantes entre os protagonistas. Ele, totalmente cético, agnóstico e sarcástico, passa o tempo todo provocando Elika, que é devota de Ormazd. Os diálogos são tão naturais que às vezes você esquece que é só um jogo. Destaque para observações do príncipe à Elika, como “Muito obrigado por me colocar no meio da luta entre dois deuses os quais eu nem mesmo acredito”. Ou quando Elika pergunta se ele não vive por nenhum ideal e ele responde: “Lutar por um ideal é viver de acordo com as idéias de outra pessoa. Eu prefiro viver de acordo com minhas próprias idéias”. E – meu diálogo favorito – quando o príncipe pergunta à Elika por que lutar por um deus que não se mostra, e ela responde que isso lhes garantirá ótimas e agradáveis recompensas na vida, ao que ele retruca: “Se eu me cobrir de chocolate e entrar num harém, terei ótimas e agradáveis surpresas, também”. Enfim, um jogo imperdível. Há versões para PlayStation 3, Xbox 360 e PC.

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Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

3 Responses

  1. Emerson Freire
    | Responder

    Leia Baldolino. Agora saiu em versão de bolso, é mais barato. Ou então leia O mundo assombrado pelos demônios do Carl Seagan, o teu irmão tem, está pertinho de você.

    Eu vou ler agora A Misteriosa Chama da Rainha Leona, também do Eco. Depois vou ler Ayan, que você me emprestou. E terminei de ler ontem um livro que é uma coletânea de textos de Platão a Foucault sobre Ética (parte do preparo para aquele texto que prometi mas ainda não terminei). estou seguindo o conselho de Camara Jr. “Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o vai escrever”.

  2. Kosher-X
    | Responder

    Você foi o único a elogiar o novo Prince of Persia, Emilio, pelo visto. Todo o resto só critica o jogo.
    E Carl Sagan é uma boa indicação, ainda mais esse que o Emerson citou.
    No mais, discordo quanto à ficção em si.

  3. Claudinei
    | Responder

    Opa..resolvi fazer uma aparição rápida por aqui para defender a indicação do meu amigo Emílio. Prince of Persia é um bom game sim tovarish Kosher-X… como um bom jogador e experiente no ramo, digo para experimentar… tem tudo o que o autor citou e mais um pouco… já finalizei o título e sua história é muito bem contada e conduzida.. confira!
    Abraço a todos….

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