A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Ela se iniciou na Inglaterra em meados do século XVIII e expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Antes disso, o trabalho era puramente artesanal e transmitido de gerações em gerações. Havia famílias de ferreiros, marceneiros, padeiros, etc. E todos trabalhavam em casa. Os locais de trabalho e lazer e até religiosos eram o mesmo. Tudo se resumia à casa, à rua ou a um bairro.
Com a Revolução Industrial, as pessoas saíram de casa para exercer suas profissões nas fábricas. Dividiram-se os ambientes e a sociedade mudou radicalmente. Surgiram os processos de trabalho, dentre as quais o mais famoso é o de Frederick Taylor, cujo foco era obter eficiência e eficácia operacional. A metodologia de Taylor funciona para fábricas com linhas de produção, onde o trabalho é mecânico e repetitivo. Porém, com o advento das máquinas, o trabalho manual está em extinção e hoje vivemos a era pós-industrial, como relatei em texto anterior. E assim, o conceito de trabalho muda mais uma vez.
Onde antes precisávamos de braços, hoje necessitamos de cérebros. E o cérebro não precisa de horário fixo nem de lugar específico para trabalhar com a internet, podemos trabalhar para uma empresa na Suíça, nos EUA ou no Japão sem sair de casa. Então, por que não trabalhar para uma empresa no Brasil sem sair de casa?
O conceito de home office ainda engatinha por aqui e está mais associado a profissionais como designers, fotógrafos, músicos ou microempresários. Mas também é possível trabalhar em casa sendo funcionário de uma empresa. O problema é que essa prática é vista com maus olhos por gerentes que ainda vivem na era industrial e acham que a pessoa deve trabalhar em um horário fixo. Ora, por anteceder a luz elétrica, o horário comercial foi criado para aproveitar a luz do sol. Mas Thomas Edison resolveu esse problema.
O home office une o melhor da época artesanal com o melhor da industrial. É claro que trabalhar em casa implica disciplina, atenção e foco. Não vou perder tempo dando dicas óbvias se você trabalha em casa, use o bom senso. Você é cobrado por resultados e não por horas na frente do micro. Se não consegue entender isso, então é melhor ter um chefe te cobrando.
Para as empresas o home office traz alguns benefícios como a economia de energia, redução de espaço físico, de móveis, etc. Sem falar em ruas mais limpas, menos congestionamentos e por aí vai. Claro, presumindo que grande parte da cidade trabalhe em casa. Mas eu não sou favorável a se trabalhar 100% do tempo em casa. O contato com outras pessoas é imprescindível para o aprimoramento pessoal e profissional. Acho que o ideal é revezar o trabalho em casa com o escritório. Na Microsoft, metade da nossa equipe faz home office às sextas-feiras e a outra metade vai para o escritório. Na semana seguinte, invertemos. Ou seja, a cada 15 dias eu trabalho de casa. Parece pouco, mas esses dias em casa são mais produtivos, pois me permitem adiantar trabalhos que a correria habitual não deixa.
Enfim, listo a seguir alguns prós e contras do home office. Cada item por si só não é definitivo, mas deve ser pesado na hora da escolha do local de trabalho.
PRÓS | CONTRAS |
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E para atiçar ainda mais sua vontade de trabalhar em casa, publico aqui o link para uma galeria com 50 home offices de fazer inveja. Dê uma olhada e inspire-se para criar seu próprio canto de trabalho em casa.
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Por favor, Mr. Geringher! Como faço para convencer meu chefe de que isso é valido e produtivo? levo um dia inteiro pra diagramar duas páginas de jornal no escritório, mas isso se multiplica por 4 qdo estou em casa.
Mas ele não acredita, e ainda diz q se posso fazer em casa, posso fazer aqui, porque lá estou tecnicamente longe dos olhos do patrão, e eles sempre desconfiam que não estamos fazendo nada.
@Orlando Flexa:
Hahahah! É, meu caro, como eu falei, ainda existem pessoas vivendo no século passado, achando que trabalho tem que ser desagradável e que ser chefe significa ficar cobrando. O chefe (ou melhor, o líder) hoje em dia arregaça as mangas e coloca a mão na massa sem pensar duas vezes.
Mas sobre o home office, acho que, em vez de lutar pra trabalhar 100% de casa, tente ir aos poucos. Sugira ficar em casa 1 dia por semana (ou a cada 15 dias, como eu), e depois mostre um relatório de produtividade. Contra números não há argumentos, não é mesmo?
Eu mesmo quando trabalho de casa desligo música, TV e tudo o que faça barulho. Fico no silêncio absoluto, assim posso me concentrar em tarefas que consomem mais tempo.
Fantástico. Adorei esse texto. Ainda mais pela aula de história intercalada.
Um dia quem sabe, trabalharei em casa. Mas eu preferia assim, trabalhar em casa empregado, e tendo os freelas para dinheiro extra.
Nada como você seguir seu ritmo, se ajustando as obrigações da empresa. Imagino que deva ter horários em que nos sentimos mais produtivos, seguindo nossas próprias etapas e pensando com mais liberdade.