Leio no Estadão:
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje, na Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia (SP), que é dever do País preservar a Petrobras e evitar críticas e acusações. “A Petrobras é um orgulho nacional”, afirmou. “É dever, portanto, preservar uma empresa nacional deste porte, desta magnitude, desta envergadura, para que ela sirva sempre aos melhores interesses nacionais. E não prejudicá-la, desgastando-a, criticando-a, acusando-a muitas vezes daquilo que ela não tem culpa. Isto não serve ao País, não serve a ela, não serve a nenhum dos senhores”, disse o ministro. “Este é um País que sabe por onde vai. Basta que seus governantes não o atrapalhem. E ele cuidará de si mesmo, quase que sozinho.”
Seguindo o raciocínio do ministro, a Petrobras está acima de qualquer crítica só porque é uma empresa brasileira. E, por isso, deve ter sua imagem preservada. Ora, que tem a ver a nacionalidade de uma empresa com a idoneidade de seus negócios?
Aliás, a Petrobras deve ser criticada sim, não por ser brasileira, mas por ser uma estatal. Que ‘orgulho’ pode nos trazer uma empresa dessas se nada, absolutamente nada do que ela produz é revertido em benefícios para os brasileiros? A menos que você considere benefício o patrocínio de péssimos filmes, peças de teatro e eventos dito ‘culturais’ que nada mais são do que pretexto para jogar dinheiro público no lixo (ou encher os bolsos de cineastas que não estão nem aí se o filme fizer sucesso ou não).
Fora isso, sendo a Petrobras nacional, o preço da gasolina nos postos BR deveria ser mais barato. Mas não é. E mais, no mundo inteiro houve uma queda de preços significativa do barril do petróleo, que se reverteu em redução de preços do litro da gasolina. Que fez a Petrobras? Lançou um comunicado dizendo que não iria reduzir preços por que esta é uma decisão política da empresa.
Que orgulho, então, pergunto ao ministro Lobão, deve o brasileiro sentir deste que é o maior e mais inchado cabide de empregos do Brasil? Que a Petrobras tenha lá seus méritos, concordo. Mas isso é motivo para isentá-la de críticas? Só na cabeça de quem possui uma lógica torpe.
Mas concordo com o ministro quando diz que o país cuidaria de si mesmo quase que sozinho, bastando que seus governantes não atrapalhem. Sendo assim, peço então a Lobão que desde já tome a iniciativa dessa declaração e saia de cena o mais rápido possível.
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