Exemplo de civilidade

postado em: Cotidiano 5

Voltava para casa ontem à noite. Eram umas 18h45 e eu estava parado no trânsito da hora do rush, no viaduto que conduz à Radial Leste, depois do bairro da Liberdade. Congestionamento corriqueiro: carros parados e mau humor.

À minha frente ia um Peugeot. Quando recomeçamos a andar surge, sabe-se lá de onde, um indivíduo na passarela do viaduto. O sujeito simplesmente salta a mureta de proteção e resolve atravessar para o outro lado, correndo no meio dos carros. O Peugeot por pouco não atropela o imbecil, mas houve uma troca rápida de xingamentos entre os dois.

Inconformado com o quase atropelamento (e considerando-se absolutamente na razão), o rapaz, exaltado, procura alguma coisa no chão para atirar no carro. Não encontra nada além de uma pequena pedrinha, então volta correndo, dá um salto e esmurra a janela do Peugeot – tudo isso no meio do trânsito, arriscando-se a ser atropelado novamente. O máximo que conseguiu com isso, imagino, foi machucar a mão. Sentido-se satisfeito, o indivíduo desapareceu.

O motorista do Peugeot, irritado, tentou sair com o carro e acabou batendo no da frente. Por sorte, não houve dano algum e ambos seguiram seu caminho.

A coisa toda não durou mais do que três minutos.

Você tem esperança que nosso país se desenvolva? Acredita quando dizem que o Brasil é o país do futuro? Acha realmente que em países de Primeiro Mundo eles têm tantos problemas como nós? Então é hora de abrir os olhos e deixar de se auto-iludir.

Estamos a anos-luz de sermos uma “civilização” no real sentido da palavra. Trocássemos nossas vestimentas por peles de animais e brandíssemos tacapes no meio da rua, pouco se notaria a diferença.

Antes de querer resolver problemas de origem humana, é necessário sermos humanos. E a meu ver, no momento ainda chafurdamos na lama como animais.

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Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.
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5 Responses

  1. Emerson
    | Responder

    “é necessário sermos humanos”, excelente.

    Alguém pode achar que compararmos o nosso país com outro é uma bobagem, é desrespeitoso, é ser antipatriota e coisas do tipo. Estamos cheios de defensores da patria desse naipe.

    Bom, estava vendo um documentário sobre cinema suíço e numa breve introdução sobre os costumes e hábitos do país, foi mostrado um rua onde não passava carro algum, mas os pedestres estavam todos parados na calçada esperando o sinal fechar para os carros.

    É outra realidade, mas alguém poderia chamar minha atenção para países que estão em guerra, ou países onde pessoas morrem de fome, países com auta taxa de criminalidade. Tentando com isso mostrar que nosso país não é tão ruim.

  2. Emerson
    | Responder

    Como se aqui não tivesse gente morrendo de fome, não tivesse crimes, ou guerras, quem mora nos morros do Rio que o diga. E São Paulo não é diferente.

    Brasil varonil, santa hipocrisia.

    Sem falar que os ditos patriotas só o são em dias de copa do mundo.

  3. Alegt
    | Responder

    Vivemos em um verdadeiro caos. Em qualquer lugar do Brasil a coisa será sempre igual. Nossas leis são falhas e ridiculas. Ninguém tem medo de ser punido, por isso, não é raro encontrar mais e mais pessoas usando e abusando da lei de Gerson.

    É óbvio que em outros países situações semelhantes podem até ser encontradas, mas, garanto que muita gente pensa duas vezes antes de sair por ai arrumando confusão.

  4. Emerson
    | Responder

    Lei de Gerson?

  5. Alegt
    | Responder

    Vc não conhece a melhor lei do universo?rs

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