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Qual o melhor lugar para viver e trabalhar?

Escrevi este texto numa larga varanda, observando vales e morros no horizonte verdejante que recortava um belo céu azul e laranja em um entardecer aquarelado. Nuvens escuras em vários tons de cinza passavam ao longe e o vento talvez trouxesse chuva no final da tarde. Mas o dia já havia sido demasiado proveitoso e a chuva seria bem-vinda para dissipar o ar abafado que nos rodeava.

Inúmeros pássaros cantavam aqui e ali, formando uma sinfonia agradável e relaxante. Cachorros largavam-se preguiçosamente na grama, alheios aos movimentos da casa. Estávamos naquele estado letárgico ‘pós-churrasco’ – uns balançando-se na rede, outros conversando na piscina e outros ainda assistiam futebol na tevê. Depois de ler os primeiros capítulos da biografia de Steve Jobs que ganhei de presente, resolvi abrir o notebook e registrar esses momentos.

Estava em uma chácara há 200 quilômetros de São Paulo, em uma cidade já próxima de Minas Gerais, a convite de amigos para passar o final de semana. Depois de nadar até os dedos ficarem enrugados, andar descalço na grama e torrar ao sol, sentia-me revigorado. Pensar que logo aquilo acabaria e eu estaria de volta à correria dava certa tristeza. Uns dias a mais ali não fariam mal.

Dois ou três anos atrás estive nessa mesma chácara. Na época, deitado ‘à deriva’ sobre uma boia na piscina, de olhos fechados, ouvindo esses mesmos pássaros, sentindo esse mesmo vento e debaixo desse mesmo sol, me ocorreu o seguinte pensamento: “Deus, preciso voltar à São Paulo, não aguento esse marasmo”. Engraçado como mudamos nossos conceitos e ideias a respeito das coisas.

disse aqui antes que não me imagino terminando meus dias em São Paulo. Minha vontade é estar em uma cidade menor, com menos correria e mais educação entre as pessoas. Sempre gostei do sossego. Mas um lugar sossegado demais também pode ser estressante. O interior de São Paulo é bonito e possui cidades tranquilas, mas tem duas coisas que não suporto: calor excessivo e música sertaneja. Uma cidade pequena, com infraestrutura moderna e clima mais frio já é mais a minha cara. E nisso minhas lembranças de Gramado retornam. Quem leu meus textos sobre a Serra Gaúcha sabe do meu encanto pela região.

Minha esposa, por outro lado, não deseja sair de São Paulo tão cedo. Ela possui um forte cordão umbilical com a cidade. Mas acho que, mais dia, menos dia, ela acabará entendendo que São Paulo é uma cidade saturada. É intensa, cheia de vida, de lugares para ir, infinitas opções de diversão e de gastronomia e – claro – os melhores salários ainda estão aqui. Mas será que vale o preço que se paga por toda essa ‘intensidade’? Eu amo São Paulo, amo a Mooca (meu bairro dileto), mas chega uma hora em que precisamos nos livrar da nostalgia e pensar diferente. E com tudo o que eu já publiquei aqui sobre ‘encontrar sua paixão‘, ‘viver do que gosta de fazer‘ e trabalhar em ‘home office‘, acho válido alimentar esses conceitos unindo a eles o ambiente ideal para se estar. Se nós não pensarmos na qualidade da nossa vida, quem o fará?

Concorda comigo? Discorda? Se pudesse fazer o que quisesse, o que você faria e em que lugar do mundo preferiria fazer isso? Deixe seus comentários abaixo e vamos manter essa discussão aberta.

Emilio Calil

Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

Ver comentários

  • Acho que o lugar mais importante e satisfatório pra viver é a sua mente em paz e harmonia. Em conjunto com um lugar onde possa despertar isso em momentos apropriados.

  • Grande Emílio!!! Concordo plenamente com você sobre o fato de São Paulo ser uma cidade saturada. Nasci e cresci aqui, e, aos 35 anos, jamais me acostumei. Não veja a hora de sair desta cidade. Não vejo meu filho crescendo nela.

    Entre interior e litoral, estou bastante em cima do muro. Pesquisei valores de imóveis e vi que é possível comprar um casa ou apartamento bons e grandes em cidade lindas, como Campos do Jordão, por um terço do valor de uma casa em São Paulo. Não entendo o porquê de as propriedades aqui serem tão valorizadas. É tanta violência / poluição / promiscuidade / enchentes / engarrafamentos...

    Vamos ver o que futuro me reserva...

    Abração!!!

  • Eu gosto da cidade, apesar de tudo de ruim que tem nela. Lembro-me dos tempos em que morei em Coruscant. Uma maravilha. Mas Naboo tem belas praias e eu prefiro praia. E se for possível casar a praia com a cidade, então fica tudo perfeito. Alderaan também tinha belas praias, mas infelizmente o planeta foi destruído pela Estrela da Morte.

    Um dia quem sabe eu encontro um planeta melhor para viver e trabalhar.

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Emilio Calil

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