Categorias: Tecnologia

TV Digital: Sem muito entusiasmo

Com todo esse murmurinho sobre a tal TV Digital, que iniciou suas transmissões no país há uma semana, andei refletindo sobre o assunto.

No começo diziam que o preço dos conversores da TV Digital ficariam em torno de R$ 100. Um ano depois, surpresa! Você pode adquirir o aparelho por módicos R$ 800. Assinantes da NET ainda têm a ‘vantagem’ de poderem parcelar em 10 vezes esse valor, que será embutido na fatura mensal.

Quem já teve acesso à TV Digital com o sintonizador UHF voltou aos dias de ficar ajustando a antena para obter boa imagem, como se pode perceber no relato de Sandra Carvalho, diretora da revista Info Exame.

Que a qualidade da imagem é fantástica não se discute. Mas para usufruir da possibilidade de ver uma espinha no rosto da sua atriz preferida é necessário uma TV à altura dessa tecnologia – o que não é o caso da maioria dos brasileiros. O conversor quebra um galho, mas você precisa investir uns R$ 4 mil numa HDTV para realmente ver a imagem em todo seu esplendor.

Particularmente não sinto o menor entusiasmo para ter a TV Digital. Trabalho o dia todo na frente do micro e, quando chego em casa, continuo no micro até altas horas – os amigos no Messenger podem confirmar isso. O computador é simultaneamente meu centro de trabalho e entretenimento. Música? Com um clique acesso minha coleção de MP3. Vídeo? Insiro meus DVDs no PC ou assisto vídeos que baixei da web. Se ligo o micro na TV, ainda posso ver meus filmes deitado na cama, além de ter acesso a outros conteúdos exclusivos.

Televisão mesmo vejo pouco ou quase nada. Um ou outro documentário do History Channel, Simpsons e, antes de dormir, Law & Order. Seriados da ‘moda’, como Lost ou Heroes, baixo-os no dia seguinte à exibição nos EUA (sem esperar sete meses para ver no Brasil), devidamente legendados, e assisto quando quiser. Isso nem TV Digital nem TV convencional me oferecem.

Claro que tenho vontade de possuir uma TV grande, de alta resolução. Mas para assistir meus DVDs, vídeos do PC e jogar videogame, e não para ver novelas. Com horários de trabalho completamente irreais, quero escolher o que assistir e quando assistir.

E ultimamente corre a história de que os canais da TV a cabo podem ser obrigados a exibir 50% de conteúdo nacional. Se for verdade, já é motivo de sobra para cancelar minha assinatura e me dedicar totalmente ao computador.

Além disso, há livros. Estes não exigem conversor digital e podem ser acessados a qualquer hora, em qualquer lugar. Infinitamente mais baratos do que uma mensalidade de TV a cabo, o livro deveria estar no topo da preferência cultural do brasileiro. Infelizmente, optaram pelas novelas… e agora em alta definição.

Emilio Calil

Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

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Emilio Calil
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