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Os 100 Melhores Jogos de Todos os Tempos – Parte 1

Como sou um grande saudosista de videogames, há alguns anos tinha feito uma lista com os 100 melhores jogos de todos os tempos – em minha humilde opinião, claro. Era uma lista inspirada na publicação da revista EGM americana de 1997, na qual os editores utilizaram o seguinte argumento: “Se você fosse abduzido por alienígenas, quais os 100 jogos de videogames imprescindíveis levaria com você para outro planeta”? Na época achei a ideia sensacional e acabei fazendo minha lista também, que resultou parecida com a deles em alguns momentos.

Encontrei recentemente o arquivo com essa lista e decidi publicá-la aqui no blog, com o intuito de reviver os grandes momentos da indústria do videogame e compartilhar alguns títulos memoráveis que talvez você não tenha tido a oportunidade de conhecer. Esta não é uma lista dos jogos que mais influenciaram a indústria, nem só dos campeões de venda ou da preferência da maioria. É uma lista com 100 jogos que, jogados ainda hoje, conservam seu brilho e diversão intactos, independente do ano de lançamento ou da plataforma.

Publicarei a lista em 10 partes contendo 10 jogos de cada vez, toda sexta-feira. Assim você fica ansioso pelo próximo post e, sendo sexta-feira, poderá ter tempo de tentar jogar alguns desses games e relembrar os bons momentos da infância durante o fim de semana. Cada jogo possui uma breve descrição, a explicação do porquê está na lista, seus melhores momentos, alguma curiosidade e as menções honrosas a outros jogos semelhantes.

Mas chega de conversa e vamos à lista.

100 – Didi na Mina Encantada

 Console: Odyssey | Fabricante: Magnavox | Ano de lançamento: 1983

O jogo: Aventura em um labirinto com plataformas, escadas e portas que despejam rochas saltitantes sobre você, obrigando-o a destruí-las com uma picareta ou saltar sobre elas. Ao obter a chave dourada, corra para a porta e passe de fase.

Por que está na lista: É um jogo que entretém. Didi na Mina Encantada é muito divertido e o controle do personagem possui uma ótima resposta, oferecendo um desafio decente. Você controla Didi, munido de uma picareta, dentro de uma mina em busca de tesouros. O jogo segue uma linha na tradição do primeiro Donkey Kong, onde o essencial é pular obstáculos e acumular pontos – muito comum na década de 80. O diferencial fica por conta da temática e da jogabilidade que, mesmo hoje, cativam o jogador.

O melhor momento: Jogar Didi na Mina Encantada e impressionar-se com a simplicidade do jogo que, mesmo assim, proporciona bons momentos de diversão.

Curiosidade: Conhecido como “Pick Axe Pete” nos EUA e Europa, aqui no Brasil o jogo foi “abrasileirado” com a marca dos Trapalhões, que estavam no auge do seu sucesso na época.

99 – WipeOut XL

 Console: PlayStation | Fabricante: Psygnosis | Ano de lançamento: 1996

O jogo: A evolução dos jogos de corrida em seu mais amplo sentido. WipeOut XL possui fantásticos gráficos 3D, brilhantes efeitos de luzes e um sólido ambiente futurista.

Por que está na lista: Existe algo em WipeOut XL que o torna inegavelmente bom. Talvez seja o fato de ele ser o primeiro jogo da era eletrônica “cyberpunk”, antes da era eletrônica se tornar uma simples moda. Esse jogo de corrida é rápido e consistente – muito mais do que a versão anterior – e deixa qualquer um que o jogar com o queixo no chão. O modo para dois jogadores ainda permite que se conectem duas TVs e dois aparelhos. Além de tudo isso, ele possui alguns dos gráficos mais impressionantes do antigo PlayStation, criando um universo que pode muito bem representar o nosso no futuro.

O melhor momento: Utilizar a arma que envia uma onda de choque pela pista, deixando seus oponentes desorientados e firmando-o na primeira posição.

Curiosidade: A trilha sonora de WipeOut XL possui músicas de vários artistas famosos no gênero eletrônico como Prodigy, Orbital e outros.

Menção honrosa: WipeOut Fusion (PlayStation 2), Star Wars: Race (Nintendo 64/Dreamcast).

98 – Balloon Fight

 Console: NES | Fabricante: Nintendo | Ano de lançamento: 1984

O jogo: Controle um balonista que flutua com (é óbvio) balões de ar e direcione seu vôo, evitando obstáculos como lagos, raios e adversários que tentam a todo custo estourar seus balões.

Por que está na lista: É um jogo simples, viciante, desafiador e divertido. Feito na linha dos antigos clássicos, onde o importante era fazer o maior número possível de pontos e não chegar ao final do jogo. O objetivo aqui é sobreviver estourando os balões dos adversários – o modo para dois jogadores pode acabar com muitas amizades. A cada fase a dificuldade e a disposição dos obstáculos vai se diferenciando da fase anterior. Balloon Fight conquistou uma legião de jogadores exatamente por sua simplicidade e sua proposta contagiante, remanescente das plataformas da segunda geração como Atari 2600, Odyssey e Intellivision, onde o mais importante é figurar no high score com um recorde astronômico.

O melhor momento: Melhor do que estourar todos os balões na fase de bônus é detonar os balões de um amigo, fazendo com que ele caia no lago e seja engolido por um peixe antes mesmo de tocar a superfície da água.

Balões no bolso: No ano 2000 a Nintendo lançou uma versão desse jogo para o GameBoy Color, chamada de Balloon Fight GB, com gráficos e jogabilidade diferentes. Apesar de também ser boa, a versão de NES ainda é mais divertida.

Menção honrosa: Joust (NES), Triple Action (Intellivision).

97 – Ice Hockey

 Console: NES | Fabricante: Nintendo | Ano de lançamento: 1988

O jogo: Hockey simples e rápido com seis times internacionais de quatro contra quatro (sem contar os goleiros), velocidade ajustável e três tipos diferentes de jogadores à escolha.

Por que está na lista: É divertido! Ice Hockey possui uma das mecânicas mais hilárias entre todos os inúmeros jogos de esporte e, ainda assim, exige habilidade para se jogar, representando com precisão toda a excitação de um jogo de hóquei real. Discussões se tornam brigas, a platéia começa a se agitar quando o relógio marca dois minutos e os jogadores dos times disponíveis possuem habilidades e estratégias variadas.

O melhor momento: Provocar um oponente incessantemente até que a partida de hóquei dê lugar a um verdadeiro quebra-pau geral entre os times.

O problema de Blades of Steel: Muitos concordam que Blades of Steel foi um jogo excelente para sua época, com gráficos muito melhores do que Ice Hockey. Mas o fato é que, se você precisar escolher entre esses dois, Ice Hockey é muito mais divertido. Se você procura realismo basta jogar qualquer versão de NHL para as novas gerações de aparelhos.

Menção honrosa: Blades of Steel (NES), Mario Lemieux Hockey (Mega Drive).

96 – Happy Trails

 Console: Intellivision | Fabricante: Activision | Ano de lançamento: 1983

O jogo: Puzzle de ação onde você deve mover as peças de vários labirintos para fazer com que o xerife (um chapéu com botas brancas) prenda o ladrão (um chapéu com botas pretas) e recupere os sacos de dinheiro espalhados pela fase.

Por que está na lista: Esse jogo é uma pérola. Exige paciência e raciocínio como poucos jogos na história. Happy Trails leva tempo para ser dominado, mas, uma vez entendida sua mecânica, ele se torna muito divertido. Os gráficos e animação são fluentes, a música combina com o propósito dos labirintos e os efeitos sonoros são simplesmente perfeitos. Com a possibilidade de escolher entre labirintos fixos ou aleatórios, além de selecionar duas opções de velocidade, Happy Trails é praticamente único no gênero (a não ser que você o considere um plágio de Loco-Motion, da Konami – mas essa já é outra história).

O melhor momento: Sem dúvida, a diversidade e o desafio oferecidos pelos labirintos. Às vezes você passa mais tempo analisando as probabilidades do que realmente jogando.

Videogame é coisa de mulher: Carol Shaw, a designer do famoso jogo River Raid de Atari 2600, projetou Happy Trails especialmente para o Intellivision. A projeção feminina em games nos anos 80 era muito maior do que é hoje. Uma pena.

Menção honrosa: Loco-Motion (Intellivision), Lock N’ Chase (Intellivision).

95 – Streets of Rage

 Console: Mega Drive | Fabricante: Sega | Ano de lançamento: 1991

O jogo: A resposta da Sega para o famoso Final Fight da Capcom. Atravesse diferentes fases socando e chutando gangues de punks para limpar as ruas da cidade até derrotar o chefão do crime conhecido como Mr. X.

Por que está na lista: Mesmo seguindo uma fórmula padrão para jogos desse estilo nos anos 90, o primeiro Streets of Rage de Mega Drive tinha uma personalidade única. Jogado em dupla tornava-se extremamente divertido e suas fases variadas encantavam os olhos mostrando a revolução gráfica para a época – lembra das garrafas rolando ao vento na fase da praia? Apesar da segunda versão oferecer gráficos ainda melhores e uma jogabilidade mais consistente, o primeiro Streets of Rage tinha mais apelo de originalidade.

O melhor momento: Pedir reforços para a polícia quando você estava cercado de inimigos. Um tiro certeiro de bazuca eliminava todos os meliantes e abria caminho para você seguir em frente.

Música de primeira: A trilha sonora de Streets of Rage foi composta pelo famoso Yuzo Koshiro e até hoje ecoa na mente dos jogadores veteranos como algumas das melhores músicas já compostas para um jogo de videogame.

Menção honrosa: Streets of Rage 2 (Mega Drive), Final Fight (Super NES), Rushing Beat 2 (Super NES).

94 – Senhor das Trevas

 Console: Odyssey | Fabricante: Magnavox | Ano de lançamento: 1983

O jogo: Controle um canhão com movimentos laterais e dispare contra as achatadas “naves das trevas”, enquanto evita bombas arremessadas em sua direção. Básico, simples e divertido.

Por que está na lista: A década de 80 foi recheada pela febre de shooters verticais como Space Invaders ou Astrosmash. E Senhor das Trevas acabou se destacando no gênero não por causa de seus gráficos, mas pelo áudio excepcional com vozes cristalinas e efeitos sonoros diferenciados, além de apresentar um excelente controle da nave. Senhor das Trevas é um dos jogos de nave mais divertidos de todos os tempos e firma-se como um clássico na história. Ainda hoje ele possui um nível de entretenimento alto, o que prova que bons jogos não dependem da idade.

O melhor momento: As vozes digitalizadas por meio do sintetizador The Odyssey Voice, onde o Senhor das Trevas aparecia dizendo “Conquer the earth”, “Kill the humans” e “Attack and destroy”. Que tal isso como inovação para a época? Infelizmente esse aparelho não chegou a ser lançado no Brasil, apesar de ter sido apresentado pela Dynacom em uma das edições da finada feira UD.

Lá fora: Senhor das Trevas recebeu esse nome unicamente no Brasil. Nos EUA e Europa ele é conhecido como Attack Of The Timelord!, sendo um dos últimos jogos lançados para o Odyssey.

Menção honrosa: Galaga (NES), Space Invaders (Super NES), Beamrider (Intellivision).

93 – Yo! Noid

 Console: NES | Fabricante: Capcom | Ano de lançamento: 1990

O jogo: Controle Noid (ex-mascote da Domino’s Pizza nos EUA) em uma aventura através de diversos estágios, acertando seus inimigos com um ioiô e participando de disputas contra os chefes de fase para ver quem come mais pedaços de pizza.

Por que está na lista: Este é um dos mais famosos e queridos jogos de NES. Apesar do apelo infantil no visual e nas cores, Yo! Noid pode ser extremamente difícil em determinadas fases – especialmente na fase do gelo. É um jogo que ainda hoje se mantém atual e desafiador. Sua trilha sonora inesquecível remete qualquer saudosista à infância e o jogo garante ótimos momentos de diversão.

O melhor momento: Utilizar o item da pimenta quando o chefe de fase resolve abocanhar diversos pedaços de pizza de uma vez, fazendo-o cuspir e perder pontos.

No Japão: Yo! Noid na verdade é a versão americana de Kamen no Ninja – Hanamaru (veja a comparação aqui), jogo lançado para o Famicom no Japão. É o mesmo jogo, porém, com personagens e músicas diferentes. No lugar de Noid, você controla um jovem ninja que dispara uma águia contra os inimigos.

Menção honrosa: Psycho Fox (Master System), DecapAttack (Mega Drive).

92 – Enduro

 Console: Atari 2600 | Fabricante: Activision | Ano de lançamento: 1983

O jogo: O avô de todos os jogos de corrida. Controle um simples carro monocromático por um infindável circuito e ultrapasse outros carros em meio a neblinas, noites escuras, neve e dias ensolarados.

Por que está na lista: Esse clássico jogo de corrida é simplesmente brilhante em termos de design e execução. À primeira vista, os gráficos de Enduro não possuem nada de especial. Duas linhas curvas, representando a estrada, convergem no horizonte com montanhas simples movendo-se à distância. É fácil se enganar e achar que Enduro não é tão bom quanto Pole Position, mas alguns de seus recursos inovadores o tornam único, como a divisão de “dias” – com o objetivo de ultrapassar certo número de carros a cada dia. É divertido ver quanto você consegue manter a aceleração sem colidir com outros veículos. As mudanças climáticas afetam o controle do carro e proporcionam um desafio fabuloso. Enduro nunca se tornará um jogo chato, prendendo qualquer jogador por muito tempo em frente à TV.

O melhor momento: As mudanças de cenário entre dia e noite e alterações do clima como pistas com neblina ou cobertas de neve. E você achando que seu Need For Speed era o máximo.

Nova versão: Enduro possui todos os requisitos necessários para um excelente jogo de corrida. Por que, então, não revitalizar a fórmula para os consoles da nova geração? Alguma empresa se habilita?

Menção honrosa: Pole Position (Atari 2600), Bump ‘n Jump (Intellivision), Top Gear (Super NES).

91 – Cybernator

 Console: Super NES | Fabricante: Konami | Ano de lançamento: 1993

O jogo: Controle um mecha em um intenso jogo de ação lateral repleto de tiros, naves espaciais, combates em gravidade zero e efeitos de explosões em Mode 7.

Por que está na lista: Conhecido como Assault Suits Valken no Japão, poucos jogos conseguem transmitir tão bem a sensação de se pilotar um robô gigante como esse. A preocupação com os detalhes é incrível, a ponto deixar marcas de tiro nas paredes das fases. O ritmo da história no melhor estilo anime e as missões diferenciadas (desde destruir algo até proteger alguém) tornam este jogo uma das obras primas do Super NES. Sem mencionar as lutas em gravidade zero contra outros robôs. Além disso, em algumas fases você pode sair do robô e caminhar em lugares estreitos dos labirintos.

O melhor momento: Sem dúvida, um dos grandes momentos deste jogo é o prazer sádico que você tem ao atirar e caminhar sobre humanos indefesos. A sensação de superioridade é incomparável. Morram, insetos!

Remake: Mantendo o nome original japonês (Valken), Cybernator ganhou um remake para PlayStation 2, mas sem grandes modificações da versão de Super NES.

Menção honrosa: Assault Suits Leynos (Mega Drive), Assault Suits Leynos 2 (Saturn).

 

Na próxima semana veremos mais dez jogos da lista. Continue acompanhando.

Emilio Calil

Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

Ver comentários

  • Muito bom. E veja Emílio como é interessante esse negócio de saudosismo, eu sinto nostalgia quando vejo esse games e nem mesmo cheguei a jogá-los. O único da lista que joguei (pelo menos que me lembro) foi o Enduro, e mesmo assim emulado no PC.

  • Outra coisa, essa pergunta da EGM não tem sentido. Se você for abduzido não vai levar nada, a coisa é rápida. O alienígena não vem perguntar "Você quer ser abduzido? Se a resposta for sim, então vá pra casa e pegue tudo o que você acha que seria legal levar", - viu? Não tem sentido. O alien joga aquele raio trator, puxa você e tchal, adeus Terra.

  • Po meu saudoso camarada dos posts saudosos... vc podia botar uns links de emuladores ai e as devidas rom´s em cada jogo nao? rsrsrs
    (ta bom, folgado eh mato, mas sou meio tosco pra encontrar essas coisas)

  • Caramba, hoje tenho uma TV da Magnavox. Rsrsrs

    Muita nostálgia quando vi Streets of Rage, passava a tarde inteira jogando com os colegas...Era uma disputa pra ver quem pegava os corações

  • Caraka! To ficando velho... Dos 10 citados, conheço e joguei os 10... PQP... O Didi era incrível... Tinha uma mudança de fase muito psicodélica e ainda dava para bugar o jogo pelo teclado do Odissey... Bons tempos!! Por hora, sua lista tá dentro do esperado...rs... Vamos ver o que vem por ai... Parabéns pela iniciativa!

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Emilio Calil

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