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A ironia do Big Brother

Não, não me refiro ao emburrecedor programa de televisão onde meia-dúzia de retardados passam semanas enclausurados em uma prisão de luxo emitindo pérolas de sabedoria uma atrás da outra, enquanto a população os assiste hipnotizada.

Falo do verdadeiro Big Brother – ou o “Grande Irmão” – criado no livro 1984, de George Orwell – e que, tristemente, acabou originando o programa de TV.

Quem diria, a casa do famoso escritor, situada em Londres, hoje é vigiada por nada menos que 32 câmeras de segurança. Vítima de sua própria criação, Orwell deve estar se virando no túmulo.

Segundo um levantamento feito pelo site ThisIsLondon.co.uk, a Inglaterra possui 4,2 milhões de câmeras de segurança, uma para cada 14 habitantes do Reino Unido. Nem o pub predileto do escritor, o Compton Arms, escapou à constante vigia que tomou conta do país.

Visto que outra criação de Orwell, a “novilíngua”, também se tornou realidade na forma da ditadura do politicamente correto, não é exagero dizer que a realidade encontrará outras inspirações na obra do escritor. E um forte candidato a isso é o “duplipensar”: “Guerra é paz”; “Liberdade é escravidão” e “Ignorância é força”.

Leia a notícia completa no El Pais.

Emilio Calil

Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

Ver comentários

  • Será que a família real também é vigiada pelas câmeras? Família mais complicada essa.

    Uma mãe dominadora, um príncipe frustrado sexualmente. uma princesa morta em circunstancias misteriosas (prato cheio para uma teoria da conspiração) e um filhote de príncipe que anda aqui e aculá bulinando as plebéias.

    Principes e princesas só são legais em contos de fadas.

    Enquanto isso, aqui no Brasil, vivemos também uma história digna dos irmãos Grimm. Um torneiro mecânico que virou presidente e que pelo visto quer consertar o país fazendo uso de frases "mágicas" de efeito. Ou seria ele "O Mágico de Oz"? Em quem todos esperavam uma solução para os problemas mas que no fim se revelou um farçante?

    Em o Mágico de Oz a solução não estava nas mãos do Mágico (um falso mágico), estava nas mãos de cada um. O Leâo era corajoso e não sabia, o espantalho era inteligente, e não sabia, o Homem de Lata tinha coração e não sabia. No nosso caso, nós brasileiros, o que não sabemos?

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Emilio Calil
Tags: Literatura

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