Viagem à Serra Gaúcha (Parte I)

Estou de volta à São Paulo. De volta ao trabalho, à rotina, ao trânsito e stress do dia-a-dia. Na verdade, retornei há duas semanas, mas como estava de férias, a rotina, trânsito e stress ainda não faziam parte da minha vida. E, por isso, preferi permanecer longe da internet, também.

Passei uma semana no paraíso e voltei. Voltei, é claro, com aperto no coração por deixar para trás tanta beleza, exuberância, belas arquiteturas, paisagens de tirar o fôlego e lugares inesquecíveis. Estive em lua-de-mel na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e confesso que a região me encantou mais do que imaginava. Viajamos para lá sabendo que o lugar era bonito, mas não fazíamos ideia do quanto.

Ficamos hospedados em Gramado e percorremos outras cidades como Canela, Nova Petrópolis, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa e Caxias do Sul. De todas, a que mais nos cativou foi, sem dúvida, Gramado. É difícil descrever a cidade e não ficar com um nó na garganta de saudade. Houvesse possibilidade, voltaríamos correndo para lá e mandaríamos o resto do mundo às favas.

Gramado é, na melhor das definições, a Europa dentro do Brasil. E quem me conhece sabe da minha paixão pela Europa – não apenas as paisagens e construções, mas também educação, respeito, segurança e organização. Tudo isso encontramos lá. É claro que, por ser cidade turística, pode-se dizer que é o mínimo que se pode esperar. Mas você encontra esse ‘mínimo’ no Rio de Janeiro, por exemplo?

Na região da Serra Gaúcha nos sentimos em outro país – aliás, em Nova Petrópolis era comum ouvir pessoas conversando em alemão. Para cada canto que olhávamos, uma foto era tirada. No total foram 1.121 fotos.

No primeiro dia, ao desembarcarmos no aeroporto, o ônibus que nos esperava fez um ligeiro tour pelo centro antigo de Porto Alegre antes de subir a serra. Confesso que desanimei. Era como rodar pela Praça da Sé: belas construções históricas, porém sujas e pichadas. Dizem que há uma parte de Porto Alegre que é linda. Mas essa nos foi negada no passeio, então minha primeira impressão não foi das melhores.

À medida que subíamos, a visão começava a mudar. O cenário urbano dava lugar ao verde, com pequenas casas ao fundo. Foram quase 1h30 de trajeto até que construções em estilo alemão despontassem no caminho. Naquele momento comecei a perceber por que Gramado possui tanta fama. Era uma paisagem de encher os olhos e, conforme avançávamos cidade adentro, ia ficando melhor.

Mas todo o charme, glamour e beleza da cidade não se revelam pela janela de um ônibus. Gramado é cidade que se descobre a pé, caminhando por suas ruas e avenidas, como viríamos a fazer depois. Mas de uma coisa tínhamos certeza: Havíamos escolhido o lugar ideal para a lua-de-mel. Um mundo de cores e sabores nos esperava pelos próximos sete dias. E estávamos dispostos a aproveitar cada segundo naquele paraíso.

Não poderia deixar de mencionar uma adorável coincidência. No aeroporto, em Porto Alegre, enquanto esperávamos o ônibus, um casal veio nos pedir para tirar uma foto deles. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que eles também moravam na Mooca. Somos praticamente nossos vizinhos. Assim como nós, eles também estavam comemorando o casamento — com a diferença de que eles celebravam 25 anos de união.

Foi um caso de amizade à primeira vista. Eles são extremamente divertidos e brincalhões. Tornamo-nos inseparáveis em todos os passeios. Como estávamos hospedados na mesma pousada, formamos um grupinho animado, o que serviu para tornar nossa estada no Sul ainda melhor.

Foram dias inesquecíveis, que relatarei aqui nos próximos textos. Lá, caro leitor, é o que se pode definir como ‘civilização’. Triste mesmo foi retornar à barbárie. Mas fiquemos nos assuntos que interessam: passeios, lugares, gastronomia e um pouco de dolce far niente.

Confira a continuação do relato dessa viagem: Parte 2 e Parte 3.