Facebook no trabalho

Redes sociais no trabalhoDias atrás minha esposa e eu fomos jantar com amigos que não víamos há algum tempo. No correr da noite, entre risadas e brincadeiras, era inevitável que acabássemos falando de nossos trabalhos, conquistas profissionais, frustrações, etc. Junto a isso, o famoso questionamento sobre o uso ou não do Facebook no trabalho – entre outras redes sociais.

Uma amiga, proprietária de um escritório de contabilidade, se queixava de que os funcionários passavam muito tempo no Facebook, YouTube, Messenger, etc. E estava cogitando cortar o acesso a esses serviços, pois não adiantava pedir para que eles moderassem o uso, especialmente durante tarefas que exigiam maior concentração.

Bom, nessa era da comunicação já não é mais uma questão de proibir ou liberar o acesso às redes sociais no trabalho, mas de incentivar o uso correto das mesmas. Não devemos pensar se podemos ou não usar, mas em como usar. As redes sociais são fantásticas para o marketing (corporativo ou pessoal). Limitar ou proibir o acesso a elas também limita o acesso de clientes à empresa.

Minha sugestão é elaborar uma política de uso do Facebook no trabalho (ou YouTube, Orkut, Messenger, etc.) que deixe claro recompensas e punições. Depois, crie perfis da empresa no Facebook e Twitter e transforme aquele funcionário que mais ‘perde tempo’ nas redes sociais no porta-voz da empresa na internet. Dê a ele a missão de divulgar os serviços e produtos entre as pessoas e, também, de monitorar o que os outros funcionários andam fazendo na web durante o expediente. Ou seja, sobre ele pesará a responsabilidade de manter o equilíbrio entre o uso das redes sociais no trabalho e a produtividade interna. Assumir uma função dessas mostrará se a pessoa está engajada ou não com a empresa. E toda empresa precisa de pessoas comprometidas.

Eu publiquei dias atrás 10 dicas para usar melhor as mídias sociais. Deve ser um bom ponto de partida para orientação no uso de perfis pessoais. No âmbito profissional, vale a pena relembrar as dicas do consultor Waldez Ludwig nestes três vídeos – funcionários e empresas devem acordar para o novo modelo de trabalho do Séc. XXI, não importa se é uma multinacional ou o açougue da esquina.

Coloque as mídias sociais em boas mãos

Um estudo publicado no final de 2010 nos EUA, que reúne a compilação de dados de 34.000 empresas em 35 países, mostrou que 75% dos empregados afirmaram que suas empresas não possuem uma política formal que instrua os funcionários no uso apropriado de sites de redes sociais durante o horário de trabalho.

A sua empresa possui uma política formal referente ao uso de mídias sociais e costuma oferecer treinamentos, diretrizes e noções que ajudem os funcionários a fazer um melhor uso das novas mídias durante o expediente de trabalho (e até fora dele)? Nesse estudo, 63% dos funcionários que empregaram as políticas de redes sociais melhoraram sua produtividade.

As mídias sociais criam a conexão entre a empresa e os consumidores. Mas é preciso olhar também para aqueles que estão dentro da empresa. É importante treiná-los nos procedimentos, valores e soluções da empresa para integrá-los à estratégia de marketing. Eu costumo dizer que os clientes mais importantes de uma empresa são seus funcionários. Se eles não estiverem comprometidos, engajados e motivados, não conseguirão transmitir a mensagem correta para os clientes.

Uso responsável das mídias sociais

É imperativo que qualquer empresa, independente do seu tamanho, segmento ou localização, crie e faça vigorar normas e políticas internas para mídias sociais a serem praticadas em todos os departamentos. Quanto maior a empresa, maior é o risco iminente e, por isso, utilizar regras e protocolos, bem como realizar treinamentos para funcionários e representantes, pode prevenir detalhes indesejados de se espalharem. Além disso, essas ações acabam encorajando a divulgação de informações positivas.

Estabelecendo políticas e protocolos

Entre as centenas de políticas e regras de uso das mídias sociais no mundo corporativo, as que mais se destacam são: 1) Não seja estúpido e 2) Use o bom senso. Mas não podemos presumir que o bom senso seja algo comum nas pessoas. Ele abre brechas para interpretações e nem todo mundo entende a mesma coisa da mesma maneira.

Por isso, promova palestras e workshops para todos os funcionários, a fim de criar uma base sólida de compreensão dos objetivos e problemas relacionados às redes sociais. Ao fazer isso você criará o controle necessário tanto para recompensar como punir as pessoas – dentro dos limites estabelecidos.

Para ajudar, compilei algumas práticas para a elaboração de políticas e protocolos sobre redes sociais. É a base para elaborar instruções específicas do que fazer e o que não fazer em seus perfis corporativos e pessoais.

  1. Defina a ‘voz’ e a pessoa que representará o propósito, a missão e características da empresa nas redes sociais.
  2. Certifique-se de obedecer às leis de copyrights e direitos autorais e promova o uso correto de conteúdos distribuídos.
  3. Proteja propriedades e informações confidenciais.
  4. Perfis corporativos não são lugar para compartilhar opiniões pessoais a menos que elas reforcem os valores da marca e estejam de acordo com as diretrizes e código de conduta da empresa.
  5. Seja transparente e humano, mas sempre baseado em valores verdadeiros, propostas e soluções.
  6. Não encoraje pessoas cujo propósito é semear a discórdia e nem caia em armadilhas de debates.
  7. Não ataque os concorrentes. Em vez disso, destaque suas qualidades, diferenças e valores.
  8. Assuma a responsabilidade pelas suas ações e não dê desculpas.
  9. Encaminhe problemas ou dúvidas para pessoas mais qualificadas a responder.
  10. Lembre-se de que nem tudo vale a pena ser compartilhado.
  11. O que você compartilha pode e será usado contra você – a internet tem uma memória muito boa.
  12. Se estiver em dúvida, peça orientação.

Você concorda com essas dicas? Discorda? Já passou por alguma situação parecida? Sua empresa proíbe ou permite o acesso do Facebook no trabalho? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo e vamos explorar mais esse tema.

Seguir Emilio Calil:
Empresário, Palestrante e Escritor. ⚡ Fundador do Marketing de Transformação, que emprega técnicas de autoconhecimento e coerência para elevar o espírito de pessoas e empresas.

2 Responses

  1. Claudinei Costa
    | Responder

    Excelentes dicas Ervilho.. concordo plenamente com você e precisei adaptar as pessoas que trabalham comigo aqui.. seguindo perfeitamente essas recomendações! Ainda não obtive resultado, mas o risco eminente de queimar os veículos que sou responsável, diminuíram e muito! Anoto todas as suas dicas e utilizo no meu dia a dia por aqui.
    Grande abraço e continue com esse assunto…
    Até…

  2. Emerson Freire
    | Responder

    Muito bom. Concordo com tudo o que foi dito. Proibir o acesso as redes sociais dentro das empresas não ajudam em nada, mesmo porque posso acessar até mesmo pelo meu celular, e ficar horas nessa brincadeira.
    Estabelecer uma política interna, definindo as diretrizes para que seja feito o uso correto é o melhor caminho.

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